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Carta Aberta

04 de outubro de 2016

Carta aberta á prefeitura de São Paulo e  á subprefeitura do Ipiranga

São Paulo, 4 de outubro de 2016

 

     Através do projeto urbenautas, nós da sala 1F do Colégio Marista Arquidiocesano tivemos a oportunidade de visitar o histórico e importante bairro paulistano do Ipiranga. A menos de um mês de termos comemorado o grito de independência ouvido pelas margens plácidas do famigerado riacho, o que vemos num dos bairros mais importantes de nosso país desestima solenidades. O palco do momento primeiro da independência de nossa nação está jogado ás traças. Não muito diferente de como o restante de nossa cidade está.

     A questão da falta de esmero nos cuidados com os espaços públicos da cidade não é um problema de hoje, e, vem se acentuando desde a gestão Gilberto Kassab, iniciada após sua eleição como prefeito em 2008. É inegável e perceptível a degradação crescente que a cidade como um todo vem sofrendo dessa época até o mandato atual de Fernando Haddad. O bairro do Ipiranga não foge desse padrão.

     Durante nosso percurso da estação Sacomã do metrô até a Santos-Imigrantes pudemos perceber a horrível situação do local. As vias de tráfego são em sua maioria estreitas, incluindo o que deveriam ser grandes avenidas locais, o que gera um trânsito horroroso até em sítios menos movimentados e mais pacatos. As calçadas estão em um estado vergonhoso, no mínimo. Este fato último, de manter a sua calçada minimamente conservada, figura como uma responsabilidade do cidadão proprietário do imóvel, mesmo que seja inconstitucional municipalmente imputar a particulares a responsabilidade primária quanto á feitura, manutenção e adaptação das calçadas urbanas, mesmo assim, apesar de tudo, é razoável que a prefeitura e a subprefeitura responsáveis promovam o cuidado adequado para com as vias de pedestres, nem que seja como incentivo e não administração direta.

     Esse problema das vias de acesso, tanto automobilísticas quanto de outros tipos, tem ainda mais agravantes. O detestável anteparo se soma a um serviço de recolhimento de despejos que não funciona. Isso gera um acúmulo de lixo em ruas e calçadas precárias, o que no final se resume a um local com péssima acessibilidade, um dos maiores crimes atualmente contra a população deficiente de um dos maiores países medalhistas em paraolimpíadas.

     Mais além de todos esses fatos que entristecem o morador do Ipiranga, temos a falta de gerência de todos os índices de importância histórica do bairro, que por si só já é um antiquário a céu aberto. Essa questão tem seu ápice no Museu do Ipiranga, um dos maiores e mais importantes museus de nossa cidade e senão do país, que, vem a anos passando por fases de mal cuidado e se encontra atualmente fechado e preso com correntes de chumbo a uma reforma que parece não ter fim, por ora. Como é possível ter esperança num país no qual o seu mais marcante bairro é deixado em tal situação, praticamente esquecido de suas fortunas históricas?

     Finalmente, seria de extrema urgência que o saudoso bairro do Ipiranga tivesse o tratamento adequado que merece. Não podemos deixar um dos bairros mais importantes de nossa nação na lama. É claro que nem tudo lá é um Inferno de Dante, mas a conjuntura está longe de ser agradável. Seria admirável, e, pedimos encarecidamente ao recém eleito prefeito de São Paulo, João Dória, que em sua gestão não deixe a cidade jogada ás traças e se lembre, principalmente, do bairro do Ipiranga.

 

Nós, os alunos Maristas do Colégio Arquidiocesano de São Paulo

São Paulo, 4 de outubro de 2016

 

     Através do projeto urbenautas, nós da sala 1F do Colégio Marista Arquidiocesano tivemos a oportunidade de visitar o histórico e importante bairro paulistano do Ipiranga. A menos de um mês de termos comemorado o grito de independência ouvido pelas margens plácidas do famigerado riacho, o que vemos num dos bairros mais importantes de nosso país desestima solenidades. O palco do momento primeiro da independência de nossa nação está jogado ás traças. Não muito diferente de como o restante de nossa cidade está.

     A questão da falta de esmero nos cuidados com os espaços públicos da cidade não é um problema de hoje, e, vem se acentuando desde a gestão Gilberto Kassab, iniciada após sua eleição como prefeito em 2008. É inegável e perceptível a degradação crescente que a cidade como um todo vem sofrendo dessa época até o mandato atual de Fernando Haddad. O bairro do Ipiranga não foge desse padrão.

     Durante nosso percurso da estação Sacomã do metrô até a Santos-Imigrantes pudemos perceber a horrível situação do local. As vias de tráfego são em sua maioria estreitas, incluindo o que deveriam ser grandes avenidas locais, o que gera um trânsito horroroso até em sítios menos movimentados e mais pacatos. As calçadas estão em um estado vergonhoso, no mínimo. Este fato último, de manter a sua calçada minimamente conservada, figura como uma responsabilidade do cidadão proprietário do imóvel, mesmo que seja inconstitucional municipalmente imputar a particulares a responsabilidade primária quanto á feitura, manutenção e adaptação das calçadas urbanas, mesmo assim, apesar de tudo, é razoável que a prefeitura e a subprefeitura responsáveis promovam o cuidado adequado para com as vias de pedestres, nem que seja como incentivo e não administração direta.

     Esse problema das vias de acesso, tanto automobilísticas quanto de outros tipos, tem ainda mais agravantes. O detestável anteparo se soma a um serviço de recolhimento de despejos que não funciona. Isso gera um acúmulo de lixo em ruas e calçadas precárias, o que no final se resume a um local com péssima acessibilidade, um dos maiores crimes atualmente contra a população deficiente de um dos maiores países medalhistas em paraolimpíadas.

     Mais além de todos esses fatos que entristecem o morador do Ipiranga, temos a falta de gerência de todos os índices de importância histórica do bairro, que por si só já é um antiquário a céu aberto. Essa questão tem seu ápice no Museu do Ipiranga, um dos maiores e mais importantes museus de nossa cidade e senão do país, que, vem a anos passando por fases de mal cuidado e se encontra atualmente fechado e preso com correntes de chumbo a uma reforma que parece não ter fim, por ora. Como é possível ter esperança num país no qual o seu mais marcante bairro é deixado em tal situação, praticamente esquecido de suas fortunas históricas?

     Finalmente, seria de extrema urgência que o saudoso bairro do Ipiranga tivesse o tratamento adequado que merece. Não podemos deixar um dos bairros mais importantes de nossa nação na lama. É claro que nem tudo lá é um Inferno de Dante, mas a conjuntura está longe de ser agradável. Seria admirável, e, pedimos encarecidamente ao recém eleito prefeito de São Paulo, João Dória, que em sua gestão não deixe a cidade jogada ás traças e se lembre, principalmente, do bairro do Ipiranga.

 

Nós, os alunos Maristas do Colégio Arquidiocesano de São Paulo

Bruno Beloto

Gabriel Faria

Jonas Schmitt

Lucas Carbone

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